quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Espreme que sai sangue - um estudo do sensacionalismo na imprensa



O autor investiga o fenômeno do sensacionalismo na imprensa sob várias dimensões: sua história através dos tempos, sua produção, e as razões mais profundas que fazem com que um amplo público seja atraído por este produto. 

O livro analisa como a linguagem utilizada remete ao inconsciente dos consumidores atendendo a necessidades psicológicas e investiga os mecanismos que interagem no processo de atração e compra do sensacional.

Esta obra teve origem na tese de doutorado, defendida na Escola de Comunicações e Artes da USP (Universidade de São Paulo), intitulada: "Espreme que sai sangue - um estudo sobre o sensacionalismo na imprensa, tendo como objeto o jornal Notícias Populares".

Utiliza as instâncias freudianas (id, eg e superego) e autores próximos a Freud para explicar de que forma o sensacionalismo atua no inconsciente do leitor.

Lembra o episódio do "nascimento do Bebê Diabo", uma invenção dos editores de Notícias Populares para incrementar a venda da publicação. Durante 22 edições, o Bebê Diabo foi manchete do NP.
 

quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Vila Clementino - história dos bairros de São Paulo


Clementino de Souza e Castro


Premiado pela Prefeitura de São Paulo, livro conta as origens do bairro Vila Clementino. Recorda o passado, mas também faz uma análise do presente, quando a especulação imobiliária transformou radicalmente o bairro.

Citado no paper:
O PROCESSO DE MODERNIZAÇÃO DO BAIRRO DA VILA CLEMENTINO

Gabriella Valério Chabaribery. Prontuário: 1661906IFSP – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo, 2018

Leia trecho:

"O Matadouro Municipal de Vila Clementino foi inaugurado oficialmente no dia 5 de janeiro de 1887. O prédio localiza-se no Largo Senador Raul Cardoso, nº. 207, próximo à Avenida Sena Madureira e foi tombado pelo patrimônio histórico arquitetônico, artístico e turístico do estado em 1983.

"Coube ao matadouro uma importante tarefa histórica: serviu como foco de desenvolvimento para uma região ainda não ocupada. Na placa de mármore, que ainda hoje pode ser vista nas paredes do prédio, há a anotação histórica:

Construído no quatriênio de 1883 a 1887/Presidente da Câmara Dr. Manoel Antonio Dutra Rodrigues/Architecto - Alberto Kuhlmann.


"Em 27 de maio de 1885, enquanto o prédio ainda estava sendo construído, um ramal da linha de bonde veio ligar a Estação Vila Mariana ao matadouro. A Vila Mariana era, nesse período, núcleo insipiente com população dispersa em pequenas chácaras, onde o binômio Matadouro-Ferrovia foi decisivo na sua urbanização e povoamento.

"A construção do matadouro é um período, considerado pelos arquitetos, como a 'segunda construção de São Paulo'. Isto porque o prédio, revestido com tijolos aparentes, marca o fim das construções em taipa de pilão (parede de barro ou de cal e areia, com estacas de tábuas de madeira). Sua inauguração foi um grande acontecimento e com muita pompa, festa e discursos, como relata o Correio Paulistano, de 06 de janeiro de 1887: Realizou-se ontem a inauguração do novo matadouro, sito no arrabalde de Villa Marianna. Às duas da tarde, partiu da Rua Vergueiro um comboio da Companhia Carris de Ferro de Santo Amaro, conduzindo o excelentíssimo presidente da província, vereadores, representantes da imprensa, outras pessoas gradas e uma banda de música, chegando todos ao novo matadouro às três horas e um quarto.... E prossegue relatando as festividades.

"O memorialista Pedro Masarolo descreve, com riqueza de detalhes, a agitação que tomava conta das ruas do bairro, logo após a inauguração do matadouro:

As boiadas para o corte vinham do Ipiranga e outras da Lapa. As que vinham do Ipiranga eram descarregadas nessa estação e depois, pela Estrada do Vergueiro, Ruas Conde de Irajá e Domingos de Moraes, entravam pela Sena Madureira até as mangueiras (currais), que ficavam próximas ao Matadouro; ali, aguardando o dia do sacrifício. A passagem das boiadas pelo bairro eram sempre um acontecimento. Os bois, já cansados pela viagem de trem, vinham pela estrada espavoridos como uma avalancha. O povo, ao grito (“a boiada”), corria e se escondia atrás do primeiro cercado que encontrasse à frente ou entrava na primeira porta que achasse aberta. No meio da boiada, era comum bois bravos, e muitos casos houve de acidentes com populares. Vinham eles num tropel e, em meio à poeira, os boiadeiros a cavalo de um para outro lado esporeando os animais, gritando e branindo os chicotes. Este espetáculo dava a impressão de uma legião de demônios saídos do inferno. Os bois que vinham da Lapa também eram trazidos da mesma forma. Ao desembarcar na estação, eram trazidos para os lados do cemitério, e dali seguindo a Estrada das Corujas e os campos do Pedro Criste. Depois de atravessarem a Rua Teodoro Sampaio, entravam na estrada do Bibi e depois, pelo Ibirapuera, chegavam às mangueiras (currais). O prédio do matadouro era uma boa construção para aqueles tempos. Paredes com tijolos à vista, bem assentados e até com arte, davam bom aspecto. As partes internas eram amplas e as instalações de matança mais modernas que as do antigo. Depois do abate, a carne verde era também transportada para o mesmo tendal do Largo São Paulo. Agora, esse transporte era feito de trem até a estação de São Joaquim e, dali então, em carroções apropriados até o tendal. Ao lado do matadouro, pouco tempo depois, foi construído também o curtume, de onde saía um córrego de água sempre tinta de sangue (o córrego do Sapateiro). Nas imediações e sobre o prédio do matadouro, havia sempre muitos urubus. Como se pode imaginar, em toda aquela área sentia-se o mau cheiro proveniente do matadouro e do curtume. No local do curtume, foi construída agora uma escola do Senai. O largo em frente ao matadouro (hoje, Senador Raul Cardoso) era bem grande. No meio dele, uma paineira e um dos lagos um babual. Alguns botequins e ambulantes faziam seu comércio. Ali se reuniam operários do matadouro e do curtume, com suas roupas com marcas de sangue, facas de trabalho na cintura. Não eram figuras agradáveis à vista. Marchantes, tripeiros, carroceiros e mesmo mulheres e crianças. Cachorros, então, havia ali bandos deles. Os bois eram sacrificados a golpes de lança na nuca por um magarefe, que ficava no alto de uma plataforma sobre o corredor, para onde os bois eram tangidos. Ali, o animal derreava já sobre um carro que então era transportado para o salão de carneio. O lugar da matança era público, qualquer pessoa podia assistir. Muita gente vinha da cidade beber sangue de boi, pois acreditava-se, então, que pessoas anêmicas ou fracas teriam com aquela prática grandes melhoras, ou poderiam até obter a cura de vez. Os italianos que se instalaram na Vila Mariana eram quase todos oriundos da Província de Salerno, e mais especificamente daquela parte montanhosa, conhecida por Cilento (...). Todos ou quase todos se entregaram de corpo e alma, seja como donos ou como empregados, ao comércio de miúdos, e passaram a constituir a classe dos tripeiros. O comércio de miúdos tornou-se um negócio lucrativo. (...) Moradores da época relatam que a violência imperava entre os tripeiros, com muitos crimes sem razão sendo praticados por uma palavra, um mal-entendido, enfim... 

"A Prefeitura, segundo depoimentos de antigos moradores, interessava-se em civilizar e urbanizar a região. Por esse motivo, cedia os terrenos para que fossem pagos em prazos dilatados, de até 30 anos.

"Os primeiros terrenos foram cedidos, no perímetro em que estava centralizado o novo matadouro, para funcionários públicos municipais, como é o caso do major Eleutério Borges de Azevedo Lagoa (hoje, uma das principais artérias do bairro), que era o administrador do matadouro em 1891, e também proprietário de um lote de terreno nas proximidades do prédio recém inaugurado. Outro proprietário de lote também foi homenageado pós-morten, dando seu nome a uma rua: Leandro Dupré, igualmente funcionário público.

"Em 1891, quatro anos depois do Matadouro Municipal de Vila Mariana ter sido inaugurado, um grupo de funcionários solicita aumento de vencimentos ao presidente da Câmara Municipal, Clementino de Souza e Castro, que assim se pronunciou: 'Indico como solução ao pedido de aumento de ordenado feito por diversos empregados desta intendência, que se defira o pedido, aumentando-se-lhes 15% sobre o que recebem, isto quanto aos que não tiveram acréscimo'.

"O aumento de salário, ao que tudo indica, deixou os funcionários radiantes. Eles prontamente, manifestaram-se, homenageando o presidente da Câmara, solicitando, em um abaixo-assinado, que fosse dado o nome de Clementino ao local, onde tinham seus lotes de terra. Em sessão solene, no dia 5 de dezembro de 1891, resolveu-se aprovar a petição: Requerimento assinado por cento e vinte sete cidadãos pedindo que seja dado o nome de Vila Clementino à parte da Villa Marianna em que estão situados os lotes de terrenos que lhes foram concedidos. O Conselho deliberou deferir a petição.

A Vila Clementino apareceu pela primeira vez no mapa em 1897, na planta geral da cidade, organizada pelo intendente de obras Gomes Cardim."

terça-feira, 15 de agosto de 2017

Nicola, um romance transgênero




Nicola criou o termo "transgênero", até então (1999), inexistente no País.

Foi o primeiro no Brasil a utilizar uma crossdresser como personagem principal.




"Nicola" é citado no artigo "Assim é... se lhe parece", de Sérgio José Alves de Almeida, publicado na Revista Brasileira de Sexualidade Humana.

Livro é recomendado pelo Diário MS no artigo "Sete livros sobre a representatividade trans":
https://bit.ly/2UY3B1X


Nicola é citado na dissertação De Orlando a Orlanda – performances trans na literatura do século 20, de Marcelo Branquinho Massucatto Resende, apresentada na Faculdade de Ciências e Letras – Campus de Araraquara, da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, em 2019.

Obra mencionada no 8º Congresso Internacional de Estudos sobre diversidade sexual e de gênero: ABEH e a construção de um campo de pesquisa e conhecimento - desafios e potencialidade de nos re-inventarmos. Organizadores Anderson Ferrari (UFJF) | Roney Polato de Castro (UFJF)
http://www.abeh.net.br/cinabeh/

Nicola é citado na tese Um percurso pelas configurações do corpo de personagens travestis em narrativas brasileiras do século 20, de autoria de Carlos Eduardo Albuquerque Fernandes, defendida na Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, em 2016. 
https://bit.ly/2PN0wku


O personagem Nicola é tema de artigo, produzido na Universidade Católica de Brasília: Letícia Diniz e Nicola - a representação de travestis como personagens literários, apresentado ao curso de Comunicação Social, de autoria de Mariana Nunes Matos de Azevedo.
Clique aqui e confira

Tese de doutorado Histórias de confissões e de leituras, de Elisa Mariana de Medeiros Nóbrega, da Universidade Federal de Pernambuco, usa Nicola, um romance transgênero como referência bibliográfica.
https://bit.ly/2DLagXC

Tese da Universidade Estadual do Norte Fluminense cita Nicola, um romance transgênero como referência bibliográfica:
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Livro reportagem de Greicy Casagrande faz referência a Nicola:
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Nicola, um romance transgênero é mencionado em Seminário Brasileiro de Crítica Literária:
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Tese A película do desejo, produzida na Universidade Federal da Paraíba Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes Programa de Pós-Graduação em Sociologia (Doutorado em Sociologia) elenca Nicola, em suas referências bibliográficas.
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Nicola é citado em colóquio que discutiu gênero e sexualidade:
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Citado no paper: A história da literatura brasileira e a literatura gay: aspectos estéticos e políticos, por Antonio de Pádua Dias da Silva, doutor em Letras, professor de Literatura Brasileira no Departamento de Letras e Artes e no programa de pós-graduação em Literatura e Interculturalidade, Universidade Estadual da Paraíba.


Tese produzida na Universidade Estadual de Maringá - Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes - Departamento de Psicologia - Programa de Pós-graduação em Psicologia faz menção a Nicola, um romance transgênero:



Tese O corpo da roupa, apresentada na Universidade Federal do Paraná, faz menção à Nicola, um romance transgênero:
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Nicola é tema de reportagem da Escrita Blog:
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Obra mencionada pela Folha de Londrina
http://www.folhadelondrina.com.br/folha-2/palavras-direcionadas-299713.html

Livro é mencionado no artigo Possibilidade jurídica da alteração de registro civil de transgêneros e transexuais, de Marcos José Clivatti Freitag, para as Faculdades Integradas Hélio Alonso.
https://bit.ly/2vFwkhK

Obra é citada na Hathi Trust:
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Mencionado pela Rede Ex Aequo de Portugal
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Disponível em Better World Books:
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segunda-feira, 14 de agosto de 2017

A mulher de sessenta anos



"Elizabeth completava 60 anos naquela noite. Nem o marido, nem os filhos, nem as amigas – as poucas que restavam - haviam se lembrado da data. Era melhor assim. Chega uma época da vida em que aniversários têm o mesmo sabor que uma notificação do Imposto de Renda, mandando você apresentar seus comprovantes de despesas dos últimos cinco anos."

"Vista de fora, a borracharia lembrava uma caverna escura, recheada de pneus; na porta, a elegância de uma mulher de minissaia e camiseta colorida, de idade indefinida, pernas cruzadas, as sandálias balançavam sensualmente no pé. O contraste de luz e sombra, o ser humano como elemento insinuante, o conjunto lembrava uma tela de Edward Hopper."

"Os condutores que passavam pela avenida movimentada, coagidos pela imagem destoante, se viam obrigados a virar o pescoço na tentativa de unir os pontos. Quem seria aquela mulher?"
(...)
"Deitada, entregue, iluminada parcialmente pela lanterna, ela viu a boca do borracheiro vir se aproximando, atravessando o espaço. Ele a beijou delicadamente na boca e ela retribuiu. Elizabeth fez mais do que retribuir. Ela o abraçou e o puxou para junto de si. Foi bom quando eles conseguiram se livrar das roupas e ficaram nus, abraçados. Lembrava-se dele deitado no catre alquebrado e ela flutuando por cima, sentindo o pênis dele duro e quente, pronto para penetrá-la. Queria adiar aquele momento para aproveitar a súbita intimidade que estabelecera com o estranho. Via-se girando em direção à mesa e desligando a lanterna de liquidação. Havia só o escuro agora. Ele não iria reparar na flacidez de sua barriga, nem em suas nádegas. Não veria as mãos envelhecidas, nem as rugas nos cantos dos olhos e junto à boca. Ele só sentiria o calor e o carinho que viriam dela. Podia fechar os olhos e fantasiar à vontade." 

"A mulher de sessenta anos é a balzaquiana do século 21"
Clique e confira a matéria

Isabela Lubrano, do canal Ler Antes de Morrer, falou sobre o lançamento de A Mulher de sessenta anos, veja:
Assista o vídeo

Escrita Blog citou o livro em reportagem:
Clique aqui e confira

Leia sinopse da Book Rest



Fotos de mulheres sensuais que têm 60 anos:






































 
 

sábado, 12 de agosto de 2017

Complexo de servo, um romance sobre a submissão



        “Quero adorar a minha Rainha. Eu a quero em seu belo uniforme de couro. De peruca e sapato preto de verniz. Quero ser surrado e humilhado por ela. Preciso apanhar pelo menos uma hora por dia.
         Eu, seu escravo, devo ser proibido de gozar. Quero que ela me obrigue a engraxar seus sapatos com a minha língua, sem poder resvalar no contorno de seu pé.
         A Rainha não deve permitir que seu escravo a encare. O único olhar permitido ao escravo será o de admirador. Ele deve observar sua Rainha caminhando, cruzando as pernas, se acariciando.
         O escravo deve estar nu.
         A Rainha deve se servir de seu escravo, mas ele não pode se servir Dela. A Rainha pode obrigar seu escravo a lambê-la. Beijar a bunda de sua Rainha é o maior favor que se faz a um escravo. Quando a Rainha se satisfaz na boca de seu escravo, esse é o maior júbilo dele.
         Os pés de uma Rainha foram feitos para passear sobre as costas de seu escravo. O escravo deve beijar e lamber o pé de sua Rainha sempre que for solicitado. É para isso que ele foi feito.
         A Rainha deve ordenar. Em voz alta, sem timidez. O seu escravo existe para servi-la. É obrigação dele lavá-la, untar seu corpo com óleos e cremes.
         A Rainha deve bater na cara de seu escravo sempre que tiver vontade.

         A Rainha pode amarrar seu escravo e tirar fotos dele, com uma vela acesa, enterrada no rabo dele.”

Abaixo, cenas SM:

       
         
“Quero ser amarrado de bruços e provar os chicotes de minha Rainha"

  "Começava a tremer. Quando tremia assim, o prazer vinha a galope. Era irrefreável"

 "A sacerdotisa de meias pretas finas e sem calcinha. O macacão de couro, com buracos estratégicos na altura da bunda e da boceta"

"Olhos e lábios pintados de preto. Um ritual sacrílego. No passado, ela degolaria uma ovelha e derramaria o sangue quente na boca dos iniciados"

"Viena descalçou um dos sapatos e passou na cara dele.
         'Lambe', ela ordenou. E Beto lambeu"

A purificação...

"Já sentiu essa sensação de água quente subindo pelos canos das veias, amolecendo o corpo?"

"Ele lambia o contorno do sapato, a parte nua dos pés. Não tinha vontade própria. Pertencia a ela. Sempre tinha sido assim. Era bom e era ruim"

Quero gritar de dor e pedir clemência à minha Rainha

"Meus orifícios podem ser preenchidos por Ela, que deve me enrabar sempre que tiver vontade"


"A Rainha deve ordenar. Em voz alta, sem timidez"  

"O escravo existe para servi-la"

"É obrigação dele lavá-la, untar seu corpo com óleos e cremes"

Pancake, um romance água com blush



Do mesmo autor de Nicola - um romance transgênero.

Amor não tem gênero. Vic e Angela sentem isso na pele. As duas são antípodas. Vivem em extremos sociais. Angela é jornalista investigativa e prepara uma reportagem sobre um grupo de extermínio. Vic é uma mulher encarcerada em um corpo de homem. Faz programas. Vive sozinha com a mãe em uma casa de um bairro afastado. A possibilidade de as duas se conhecerem, em circunstâncias normais, é remota, quase improvável. Mas Vic sofre um atentado e atrai a atenção de Angela.

 As duas se conhecem e se apaixonam de forma inexorável. Angela é casada, trabalha muito, não tem vida social. Vic é solitária, sente falta de alguém que a compreenda e não a julgue. Amor não escolhe hora, lugar, nem gênero.

Pancake, um romance água com blush é uma obra LGBT, que descreve com leveza as relações sentimentais em tempos de baixa sensibilidade. Trata seus personagens com carinho; personagens que o mundo costuma recepcionar, quase sempre, com desumanidade brutal.



            
            A seguir, imagens LGBT (travestis e namoradas) e trechos do livro:


"Toquei os lábios semiabertos, emoldurando a boca. 'Queria ter uma boca grande assim', pensei, 'os homens gostam de lábios grossos'"

"As coxas pareciam macias, a pele bem lisa, sem pelos. Eu nunca tinha beijado uma mulher, mas aquela eu beijaria"








 "Com ela, eu viajaria para o deserto, para o mar; trocaria de vida e de corpo "















"Ao invés de beijá-la, fiquei ali apatetada, me derretendo por aqueles lábios obscenos"


"Os seios são volumosos, invejáveis. As coxas fortes, grossas e fazem um conjunto que lembra aquelas estátuas de mármore"